Sense8: paixão ou delírio? Bom, talvez os dois termos. Assim como qualquer série de TV, os primeiros instantes evocam certo sentimento de estranheza. Porém, os últimos, provocam o reverso, isto é, ocorre um sentimento de fixação que mais parece mágica vinda de Storybrooke (Once Upon A Time). A série é composta por oito personagens que estão conectados mentalmente. São eles: Lito (México), Will e Nomi (Estados Unidos), Riley (Inglaterra), Wolfgang (Alemanha), Capheus (Quênia), Kala (Índia) e por fim, e não menos importante, aliás, importantíssima, Sun (Coreia do Sul)
A série, produzida pelo Netflix, foi lançada em 5 de junho de 2015 em todo globo terrestre. Contando com 12 episódios na primeira temporada, e criada pelos irmãos Wachowski (os mesmos produtores do sucesso mundial "Matrix"), Sense8 se diferencia das demais séries televisionadas no mundo todo, em razão de apresentar temas que abordam não somente a Ciência, já que se trata de ficção-científica, mas também a sexualidade e, especificamente, a busca por uma identidade que verdadeiramente esteja de acordo com o indivíduo.
Posso dizer que eu, assim como alguns amigos para os quais SUGERI a série, assustei-me com a duração dos três primeiros episódios, justamente por eles apresentarem, cada um, em média, 52 minutos, aproximadamente. Contudo, cada minuto é uma experiência diferente, um novo sentimento que aflora.
Contrariando a família tradicional brasileira em dose dupla (risos), os casais Hernando e Lito e Amanita e Nomi, enfrentam, cada um, seus dilemas e indagações acerca do conceito “ser diferente”. Lito, por exemplo, interpretado pelo ator espanhol Miguel Ángel Silvestre, é um gay enrustido que vê, na sua sexualidade, o Titanic de sua carreira. Já Nomi, personagem transexual, interpretada por uma atriz transgênero, para ser preciso, Jamie Clayton, convive com o preconceito da mãe que não aceita sua opção sexual. Deve-se perceber que as duas situações retratam o cotidiano de muitos jovens, sejam eles mexicanos, estadunidenses ou até mesmo brasileiros. A cultura pode mudar, contudo a indagação é sempre a mesma: desde quando homossexualidade e transexualidade são sinônimos do termo “diferença”? Assim como o comercial da loja de perfumaria O Boticário, os diversos beijos trocados entre os dois casais mencionados anteriormente, geraram diversos comentários como: “nossa, qual o sentido disso? Acho que não precisava de tantas cenas assim. ” ou “Ué, se ela (referindo-se à Nomi) ia pegar mulher, para quê deixar de ser homem?” Pergunta: o que uma coisa tem com a outra? Acreditem: ser hétero, ou ser gay, não influí no caráter de ninguém. Não é a condição sexual que te define, mas sim os caminhos que você toma.
Como pode-se perceber, a série gera muitos conflitos internos dentro de cada indivíduo que começa a compreender a realidade de cada personagem. Posso dizer que me apaixonei por três: Nomi, Lito e Kala. Na verdade, o dilema vivido por Kala, interpretada pela atriz indiana Tina Desai, parece ser muito pior do que o dos dois primeiros, já que ela está prometida a um homem bonito e rico, todavia ela não o ama verdadeiramente. Quando compreendi o roteiro, associei diretamente a típicos casos mencionados em romances da literatura brasileira e europeia.
Almejo, em uma próxima oportunidade, falar sobre os outros personagens, que também são absolutamente maravilhosos. Portanto, para não me estender mais, SUGIRO Sense8 para você que almeja expandir sua mente.